A Tiróide é uma das maiores glândulas endócrinas, pesa entre 15 a 25 gramas, no adulto.
Localiza-se na região anterior do pescoço e tem forma de borboleta simétrica, é formada por dois lobos, divididos por um istmo.
Tem como função produzir duas hormonas que contêm iodo, a Tiroxina (T4) e a Triiodotironina (T3), que regulam a velocidade do metabolismo basal e uma que não contém iodo, a calcitonina, que participa no metabolismo do cálcio.
Tem um papel muito importante no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, na regulação do peso corporal, na memória, na concentração, no humor, bem como influencia a função de órgãos como o coração, cérebro, fígado e rins.
Em caso de hiperfunção, há um aumento de T3 e T4 no sangue, o que se denomina por Hipertidoidismo (Tiroide hiperativa). Os sintomas mais comuns são: agitação, taquicardia, perda de peso, insónias, intolerância ao calor, sudação importante, palpitações, pode aparecer bócio e exoftalmia.
Em caso de diminuição da concentração dos níveis de hormonas tiroideas por hipofunção, estamos perante um hipotiroidismo. Os sintomas são: falta de energia, fadiga, hipersensibilidade a temperaturas frias, aumento de peso sem explicação, frequência cardíaca baixa, obstipação, rigidez muscular, edema, pele seca, cabelo seco, queda de cabelo, entre outros.
As hormonas tiroideias regulam o processo de metabolização dos lípidos e gorduras, favorecendo a lipólise e consequentemente a diminuição do peso corporal e redução dos níveis de colesterol no plasma. São responsáveis também pela regulação da temperatura corporal e pela adaptação a ambientes frios.
Com base na ciência, sabemos descrever toda a fisiologia da disfunção da tiróide, mas o que será que leva um organismo a desequilibrar a sua homeostasia hormonal? O que despoleta a subida ou descida dos níveis hormonais, de um momento para o outro?
Será que a alimentação, a falta de exercício, de descanso e o stress devem continuar a cobrir sempre, a origem de todas as desarmonias do nosso corpo?
Parece-me pertinente levantar estas questões.
De nada nos serve padecer de uma doença, remediar os seus efeitos através da medicação, sem que se entenda o seu PARA QUÊ! Muitas vezes tomar consciência dele é o suficiente para permitir as mudanças necessárias, que levam à dissolução dos sintomas.
Quero enfatizar a importância em conhecer o sentido biológico de cada doença e neste caso particular, das disfunções da tiróide.
A glândula tiroideia deriva de um tecido com origem endodérmica, correspondente à primeira etapa da biologia, a mais arcaica e vital, com o seu foco cerebral localizada no tronco cerebral.
No reino animal, a rapidez de execução dita o sucesso em conseguir agarrar ou não, a presa.
Mas também condiciona a velocidade para se libertar ou fugir do predador.
Facilmente compreendemos, então, que as palavras chave da tiróide relacionam-se com tempo, rapidez, urgência, eficiência.
Por esta perspetiva percebemos o quão vital é ser rápido e eficaz.
Transferindo para a realidade Humana, entendemos a diversidade de “conflitos de tempo” em que atualmente vivemos:
“Quero que o tempo passe rápido!”, “Devo ser rápido a chegar, a fazer, a falar”, “Tenho que acelerar as coisas, o processo, a saída” “É urgente! tem que ser Já! Fazer já! Ir já!”, “Se tivesse sido rápido…, perdi uma oportunidade…, quero crescer rápido para sair de casa…”
Estes são todos predicados de um hipertiroidismo.
“Quero que o tempo passe lento!”, “Quero passar mais tempo em casa, com os meus filhos, de férias”, “Não quero envelhecer, não me quero reformar”, “Não quero que os meus filhos cresçam tao depressa…não desfruto de tempo nenhum com eles…” “precipitei-me e correu tudo mal…a pressa deu cabo de tudo!”, “depressa e bem há pouco quem!”
Estes são os predicados de um hipotiroidismo.
É importante ressalvar que, segundo as leis biológicas, a fase ativa da tiróide, por ser um tecido do endoderma, é o hipertiroidismo, e a fase de reparação é o hipotiroidismo.
Assim, é natural que após um episódio de hipertiroidismo, a tiróide entre em redução da sua função e manifeste um hipotiroidismo compensatório.
A maneira de viver, a perceção que temos sobre os acontecimentos, são códigos de informação que ficam plasmados no nosso inconsciente Biológico. Que nos moldam e nos fazem atuar de um modo quase automático e muito específico.
Se tens alguma disfunção da tiróide recorda:
– Desde quando?
– O que estavas a viver, antes do início da disfunção, relacionado com “eficiência versus tempo”?
– Que sintomas apresentas?
É importante recordar que a Descodificação Biológica não substitui nenhuma terapia ou medicina alopática, mas sim complementa-se, permitindo reconhecer a causa do sintoma, desativá-lo, possibilitando alterar a forma de viver os eventos, semelhantes àqueles que levaram à doença.
Sónia Cerqueira